Monday, September 19, 2005

Doiro


Doiro

Corre, caudal sagrado,

Na dura gratidão dos homens e dos montes!

Vem de longe e vai longe a tua inquietação:

Corre, magoado,

De cachão em cachão,

A refractar olímpicos socalcos

De doçura

Quente.

E deixa na paisagem calcinada

A imagem desenhada

Dum verso de frescura

Penitente.

MIGUEL TORGA, Antologia Poética


0 Comments:

Post a Comment

<< Home